domingo, 11 de março de 2012

Filmes românticos com mensagem feminista

Gente, cansei de ver filmes românticos (comédias ou não) com finais machistas, meras reproduções dos contos de fadas da Disney, cujos finais perfeitos são simplesmente um casamento e a frase: e viveram felizes para sempre. Tudo o que uma moça pode desejar na vida é um marido, nestas histórias.

Nas comédias românticas e nos demais filmes românticos, as mulheres geralmente terminam num relacionamento amoroso perfeito com os príncipes encantados modernos: aqueles homens extremamente amorosos, que se apaixonam, sempre à primeira vista, incondicionalmente. Duvida? Em "Como perder um homem em dez dias", por exemplo, a personagem da Kate Hudson inferniza a vida do personagem de Matthew McConaughey, por causa de uma aposta, e mesmo assim o cara fica perdido de amores pela moça.  Como é habitual, em filmes assim, a moça desiste de um emprego dos sonhos para ser a felizarda namorada do galã. 

Em "Um lugar chamado Nothing Hill", a grande superstar interpretada por Julia Roberts não abandona a carreira, mas deixa Hollywood para se tornar uma simples moradora de um subúrbio londrino (por que o personagem de Hugh Grant não foi morar numa mansão Hollywoodiana?). O homem tem que ser o dominador, na maioria desses filmes, os novos contos de fadas.

No filme "Coisas de meninos e meninas", um daqueles de troca de corpos, que eu adoro, um rapaz popular na escola troca de corpo com a sua vizinha, uma menina super inteligente. O resultado não podia ser diferente: eles se apaixonam. O chato é que ela desiste de uma vaga em Haward (EM HAWARD!!!!!), para desfilar pela cidade de braços dados com o belo e pouco inteligente jogador de futebol americano. No contexto desses filmes, pra que uma moça iria querer estudar em Haward? Melhor ser uma fútil namoradinha de um garoto popular!

Em sinal de protesto contra essas historinhas cujas personagens femininas têm finais medíocres, resolvi apresentar alguns filmes românticos (de comédias ou não), típicos "filmes de mulherzinha", como diz a minha irmã Vasti, mas que apresentam personagens femininas fortes, daquelas boas, que não depositam sua expectativa de vida num relacionamento amoroso, embora amem e desejem ser amadas.

Inspirada em Yentl, personagem do filme que leva o seu nome, interpretada por Barbara Streisend, a partir de agora trarei dicas de filmes bons, românticos, sobre moças que amam e são amadas, mas não largam tudo por causa de um homem. 

Homens, não pensem que vou esculhambar vocês e pronto. Também mencionarei filmes em que as moças terminam bem acompanhadas, por homens que valem a pena, viu? 

Aliás, vou começar com um assim. Um filme não tão antigo quanto Yentl, que já deve ter sido visto pela maioria das pessoas, vive passando na TV aberta, inclusive:

Legalmente Loira merece ser mencionado. Você pode pensar que eu estou sendo fútil. A personagem de Reese Whiterspoon, uma loira rica, cor de rosa, membro de uma dessas fraternidades fúteis das universidades dos filmes americanos, estereótipo da mulher objeto. Mas o interessante do filme é que a moça vai a Haward!!! Tudo bem, a princípio é somente para agarrar o namorado idiota, que a vê como mulher objeto. Só que a moça dá uma bela reviravolta. Fica na universidade como uma das melhores alunas da turma, termina como oradora, na colação de grau, troca o garotão boçal por um inteligente professor que a valoriza pela inteligência e não pelo seu par de seios, um bom exemplo. 

Infelizmente, Legalmente Loira 2 foi muito fraquinho, não sei como a Reese aceitou o papel, mas o primeiro filme está nesta lista de filmes de mulherzinha que valorizam a inteligência feminina, que de vez em quando vou mencionar aqui no blog. Tomara que apareça bastante material para a gente comentar.

Olha aí algumas cenas do filme:



O segundo filme que eu quero mencionar é um filme de 1969, estrelado pela jovem Shirley McLaine, "Charity, meu amor". Olha aí o trailer:





Neste filme, a moça sonhadora e apaixonada tem um final diferente daquele típico dos contos de fadas (casaram e viveram felizes para sempre), como é a regra, e muito feliz, sorridente, esperançosa, pronta para conquistar o mundo. Olha aí a bela cena final (desculpa, gente, eu aqui de novo entregando o final de um filme):


Por enquanto, as minhas dicas de filmes ficam nestes dois. Claro que Yentl é hors concours!

Quem quiser concordar, discordar, sugerir filmes etc, é super bem-vindo!

Abraços a todos,
Késia Mota

Um comentário:

Amanda disse...

Eu tenho um filme pra recomendar: Wimbledon, o jogo do amor. Não é machista, yay! E agora também tem: Os homens que não amavam as mulheres, baseado no livro. Beijo!